.: Protetor Solar :.
Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados
Conclusões
Conseqüências
Resumo da Análise
O Brasil tem grande parte de sua superfície
demográfica localizada entre o Trópico de Capricórnio e o Equador.
Esta área recebe com maior intensidade os raios solares por estar
mais próxima ao sol. Os raios solares, nesta região, incidem em
um ângulo mais perpendicular, tornando o Brasil o país com maior
área intertropical e um dos mais ensolarados do planeta. Este fato
é um dos principais responsáveis pelo aumento do número de pessoas
com câncer de pele no país.
O espectro solar é composto por uma série
de radiações, quase todas podem atuar de forma benéfica, porém,
quando a quantidade de energia absorvida é superior à dose tolerável,
os riscos são inevitáveis. As principais radiações solares são:
- Raios infravermelhos - Responsáveis pela
sensação de calor e desidratação da pele durante a exposição ao
sol;
- UV-A - Bronzeiam superficialmente, porém,
contribuem para o envelhecimento precoce da pele, induzido pela
exposição solar prolongada;
- UV-B - São consideradas mais lesivas
que as radiações UV-A. Em excesso, causam eritema (queimadura
solar), envelhecimento precoce e câncer de pele, atingindo, principalmente,
pessoas de pele clara;
- UV-C - São absorvidas pelas camadas mais
altas da atmosfera e estratosfera e, raramente, atingem a superfície
terrestre. São bastante prejudiciais, não estimulam o bronzeamento
e causam queimaduras solares e câncer.
O bronzeamento é uma defesa contra as radiações
solares, que estimulam o organismo a produzir melanina, um pigmento
natural da pele, reduzindo, com isso, a penetração das radiações
UV-A e UV-B. Nos primeiros dias de exposição ao sol, o mecanismo
de produção de melanina começa a ser ativado. Neste período, devem
ser utilizados protetores solares com fatores de proteção mais elevados,
pois eles atuarão de forma similar à melanina, filtrando os raios
UV-A e UV-B.
Queimaduras, sensações de ardor e inchaços
são comuns quando ocorre exposição indevida ao sol. A escolha adequada
do FPS, para cada tipo de pele, é de fundamental importância. Peles
mais sensíveis necessitam de um fator de proteção maior. Um produto
com FPS 8, por exemplo, permite a exposição da pele ao sol por um
período 8 vezes maior do que seria permitido sem a sua utilização.
Contudo, isto não significa dizer que o usuário estará livre de
queimaduras pois, passado esse tempo, a pele sofrerá danos, como
se nenhum produto tivesse sido utilizado.
O Fator de Proteção Solar (FPS) está diretamente
relacionado à quantidade e à natureza dos filtros solares utilizados
na elaboração do produto. Quanto maior o valor do FPS, maior será
o nível de proteção. Para escolher o FPS compatível a um determinado
tipo de pele, não se deve levar em consideração as partes do corpo
mais expostas ao sol, como braços ou rosto, pois tais regiões estão
em contato direto e constante com o sol e, portanto, respondem de
forma diferente aos seus efeitos.
Segundo pesquisa de hábitos e atitudes realizada
pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria
e Cosméticos - ABIHPEC - os protetores solares têm índices de consumo
no mercado brasileiro bastante baixos em relação ao seu público
alvo, ficando em torno de 32%.
No Brasil, de acordo com a segmentação de
mercado fornecida pela Associação, os protetores solares de fator
nível 8 são os mais consumidos e, por isso, foram escolhidos pelo
Inmetro para a realização das análises.
Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a conformidade de
amostras de protetor solar de acordo com os seguintes documentos:
- Proposed Monograph for OTC Sunscreen
Drug Products , emitida pelo pelo Food and Drugs Administration
(FDA) dos Estados Unidos em 25 de agosto de 1978;
- COLIPA Sun Protection Factor Test Method
(Mensuração da Proteção Solar - SPM), editado pelo COLIPA Task
Force European Recommended Standard (Europa), em outubro de 1994.
A regulamentação brasileira para este produto,
a Portaria nº 01/DICOP, de 13 de julho de 1983, emitida
pela Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Cosméticos / MS,
torna obrigatória, na rotulagem, a referência, com destaque, ao
número do fator de proteção solar correspondente a sua classificação
e estabelece que, no verso da embalagem, conste a explicação sobre
o número e a sua relação com o fator de proteção. No relatório técnico
que instrui o pedido de registro, deverão constar especificações
quanto ao fator de proteção e demais aspectos que lhe são inerentes.
A Portaria inclui também um Anexo que correlaciona
o tipo de pele com o fator de proteção através de uma classificação
baseada nos primeiros 30 a 45 minutos de exposição solar no início
do verão. Esta Portaria, entretanto, não exige que seja apresentada
a comprovação de que o produto foi testado em laboratório para verificar
o número do fator de proteção solar, além de não determinar quais
os métodos de ensaio a serem utilizados para esta avaliação. Por
não haver referência a qualquer tipo de metodologia para determinação
do FPS, regulamentação não pôde ser utilizada como base para realização
dos ensaios.
Responsáveis pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados no Harrison
Research Laboratories, Inc., localizado em New Jersey, nos Estados
Unidos, com grande tradição na realização destes ensaios.
Marcas Analisadas
A seleção das marcas a serem analisadas
foi precedida de uma pesquisa de mercado nos seguintes estados:
Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná.
Foram selecionadas para análise 10 marcas,
08 (oito) nacionais e 02 (duas) importadas, de protetores solares
com FPS 8.
Deve ser destacado que as marcas foram adquiridas
em pontos comerciais e possuíam registro no Ministério da Saúde.
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados
O laboratório solicitou 500 ml para cada
marca de protetor solar. Desta quantidade, metade foi utilizada
para a realização dos ensaios e a outra foi guardada como contraprova,
caso o fabricante contestasse os resultados e fornecesse dados tecnicamente
convincentes que determinassem a repetição dos ensaios.
As amostras foram submetidas a ensaios "in
vivo", de acordo com as metodologias FDA e COLIPA, com o objetivo
de avaliar a eficiência dos protetores solares através da determinação
do Fator de Proteção Solar.
Metodologia FDA - o Fator
de Proteção Solar de um produto é determinado a partir da média
do FPS obtido através da aplicação do produto nas costas de 20 (vinte)
voluntários que são expostos a uma fonte de luz artificial que simula
a radiação solar. A média final encontrada não pode ser inferior
ao FPS declarado na embalagem do produto pelo seu fabricante e a
variação dos 20 (vinte) valores encontrados não pode ser maior que
5%.
Metodologia COLIPA - este
método pode ser aplicado no mínimo em 10 (dez) e no máximo em 20
(vinte) voluntários, dependendo da relevância estatística desejada.
Assim como no método anterior, o FPS também é obtido a partir da
média dessas medições. Os parâmetros para a aprovação permitem uma
variação de +20% e -20% em relação ao FPS declarado.
O valor do FPS é determinado pela razão
entre o tempo de exposição até o início de eritema (vermelhidão)
na pele com filtro solar e o tempo de exposição até o início de
eritema na pele sem filtro solar.
Além da determinação do FPS, que, no caso
dos protetores analisados, deve estar sempre acima de 8 (oito),
foi verificado o erro padrão entre as diferentes medidas de FPS
encontradas. Sua média final abaixo de 5% garante que os valores
obtidos nos indivíduos em que o produto foi testado não apresentaram
uma grande variação entre si.
Tanto para o método FDA, como para o COLIPA,
foram utilizados voluntários com os seguintes tipos de pele:
- Tipo I - sempre queima facilmente; nunca
bronzeia.
- Tipo II - sempre queima facilmente; bronzeamento
mínimo.
- Tipo III - queima moderadamente; bronzeia
gradualmente.
Todas as marcas de protetor solar submetidas
a ensaios "in vivo", de acordo com as metodologias do
FDA e da COLIPA, foram consideradas Conformes para as duas características
verificadas.
COMENTÁRIOS
Atualmente, apesar da legislação brasileira
não exigir, o Ministério da Saúde só concede o registro a um produto
mediante a apresentação, por parte do seu fabricante, de laudos,
seja de ensaios "in vitro" ou de ensaios "in vivo",
que verifiquem e comprovem o FPS declarado na sua embalagem.
A proposta do grupo de fotoproteção da ABC
é criar uma Portaria a partir da conjugação das técnicas das metodologias
FDA e COLIPA que regulamente o registro de produtos fotoprotetores
no Brasil, pois a atual não atende às exigências técnicas mundiais
que regulamentam esta classe de produtos.
Outro trabalho tem sido desenvolvido nesta
área de fotoproteção por parte da ABIHPEC/SIPATEST junto ao Governo
Federal com o objetivo de incluir o protetor solar como item da
cesta básica, além dele passar a ser considerado como um EPI (Equipamento
de Proteção Individual) e, portanto, distribuído entre as empresas
em que seus empregados trabalhem expostos ao sol como, por exemplo,
garis e trabalhadores de obra.
Conclusões
Os resultados observados evidenciam que
a tendência dos protetores solares de FPS 8, disponíveis no mercado
brasileiro, é de estarem conforme em relação ao nível de proteção
declarado por seus fabricantes na embalagem de seus produtos.
Todas as 10 (dez) marcas analisadas obtiveram
resultados satisfatórios nos ensaios "in vivo" realizados
de acordo com as metodologias do FDA (E.U.A.) e da COLIPA (União
Européia).
Apesar deste resultado positivo, o consumidor
brasileiro não está protegido por uma legislação atualizada ou por
normas que especifiquem os ensaios a que este produto deve ser submetido
para garantir a sua eficiência.
Os resultados dos ensaios são válidos para
produtos utilizados adequadamente, ou seja, na quantidade e no período
de tempo recomendados na embalagem.
INFORMAÇÕES AO
CONSUMIDOR
Durante o verão, o consumidor deve tomar
certos cuidados na hora de se expor ao sol, para evitar alergias,
queimaduras, insolação, envelhecimento precoce e, principalmente,
câncer de pele.
- Preferência para horários em que seja
menor a intensidade dos raios solares para se expor ao sol. Não
é recomendável a exposição ao sol entre 10 e 16 horas;
- Não é aconselhável permanecer por longos
períodos na mesma posição, como dormir por exemplo. O ideal é
mudar de posição freqüentemente;
- Tomar sol moderadamente para que o efeito
das radiações solares seja benéfico;
- Áreas sensíveis como rosto, lábios e
cabeça, principalmente os calvos, necessitam de um cuidado maior
e, portanto, de um protetor solar de FPS mais elevado;
- Durante a exposição solar, não é aconselhável
a utilização de produtos como perfumes ou outros produtos não
específicos, como receitas para descoloração dos pêlos. Eles devem
ser evitados pois, em geral, promovem queimaduras e podem aumentar
os casos de alergia, além de não protegerem contra os efeitos
das radiações solares;
- Alguns produtos de uso diário, como batom
e maquilagens, fornecem proteção natural pois, geralmente, contêm,
em sua composição, agentes refletores de radiação solar;
- O consumidor também deve tomar cuidado
com a utilização de certos medicamentos, como o ácido acetil-salicílico
(aspirina), por exemplo, que em combinação com o protetor solar
e o sol podem provocar reações alérgicas;
- Produtos importados devem trazer informações
claras e em português quanto ao seu nível de proteção, tipo de
pele indicado, modo de uso e demais informações que permitam sua
utilização correta;
- Optar por guarda-sóis de algodão e de
cor clara. A cor escura absorve radiação e calor. Tecidos de nylon
produzem sombra, mas não protegem da radiação solar;
- Verificar qual é o fator de proteção
mais adequado para o seu tipo de pele. Em caso de dúvida ou, se
possível, sempre, devem ser utilizados os produtos com FPS mais
elevados;
- O mormaço também ocasiona queimaduras.
A brisa, por oferecer uma sensação refrescante, pode levar a pessoa
a esquecer os efeitos nocivos do sol;
- A eficiência de um protetor solar está
relacionada diretamente a sua utilização correta, ou seja, o usuário
deve estar atento às instruções da embalagem quanto ao tempo de
reaplicação do produto, levando em consideração fatores como a
transpiração e o contato direto da pele com qualquer superfície
que propicie a remoção do produto.
Conseqüências
DATA
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AÇÕES
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04/03/1998
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Divulgação no Programa Fantástico da
Rede Globo de Televisão
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